quinta-feira, 29 de abril de 2010

PLANTÃO AGITADO E SONS HUMANOS

Um plantão com muita gente.
Chato, agitado e confuso. O trabalho não estressa e nao incomoda.
Mas concluo que o choque de energias faz a grande confusão.
E qdo finalmente acalma, maioria vai embora eu respiro melhor.
Na sala eu relaxo e resolvo escrever, passando da 1h da manhã.
Na sala ao lado, ouço duas pessoas a falar enquanto assistem a
um canal de tv qualquer. Falam muito alto e tv alta tbém.
Uma parece nao ouvir a outra e parece que falam ao mesmo tempo.
Isso sim parece ser loucura. E me incomoda profundamente esse
barulho. Minha mente fica confusa, energia que vem delas me
agita e causa uma espécie de agonia.
Após meus 40 anos de idade é que descubro o qto sou sensível
aos sons e certas pessoas. Simplesmente me angustiam.
Então eu procuro me desconectar delas, isso nao é
difícil. Mais difícil é eu detectar que preciso agir assim.
Sons humanos são mais difíceis, barulho de animais ou objetos eu
naturalmente desligo. Sem perceber, sou seletiva.
Muitas vezes alguém diz: vc viu como os cães estão latindo?
Somente aí eu percebo que eles latem. Ou então barulho de uma máquina
por exemplo, eu simplemente nem ouço.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

VENCENDO A ANSIEDADE

Finalmente após 39 dias do susto, estou novamente voltando ao normal. Ansiedade desaparecendo e segurança voltando. Após profunda análise do que descortinou-se
em minha trajetória, eu concluo que posso tocar a vida. Primeiro agradeço a Deus e
continuo tocando a vida da melhor forma possível.
Planejar sem loucuras, mas arrumar a minha agenda social. Até pq necessito de organizar
rotinas em minha mente. Pretendo nesses dias que se seguem, cumprir alguns compromissos
por mim adiados.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

FÉ, AUTISMO E DEPRESSÃO

Desde pequena fui ensinada que o melhor caminho é buscar Deus. Então com todas as minhas dificuldades eu sempre recorri a fé.
Não está sendo diferente com Felipe, já que o ensinei a participar dos cultos a crer
em Deus. Tenho sangue judeu, sou convertida ao cristianismo e creio em Deus sim.
Por conta disso, eu nunca permaneci em depressão. Por mais situações ruins que apareceram, eu sempre consegui escapar delas da melhor forma possível.
Deus é abstrato, o vento é abstrato. Então eu comparo Deus ao vento.
Deus pode nao aparecer, porém sinto que Ele existe e está por perto.
Nos meus altos e baixos, busco falar com Deus, o alívio é imediato,
como um refrigério.
Minhas dificuldades de interação e me fazer entender eu tenho superado
com apoio de Deus.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

MEU CÉREBRO E ANSIEDADE

Encontrei alguns escritos de uma pessoa muito importante para mim. Esses escritos tratavam de coisas que me choquei ao ler. Então li rapidamente, nervosa demais e peguei apenas pedaços dos relatos. Fiquei muito mal com aquilo tudo. Fui novamente ler, e percebi que havia muito mais coisas que eu não havia processado devido a estar surpresa e nervosa. Na terceira vez que li, mais coisas descobri.
Minha ansiedade e nervosismo não me deixou compreender o que realmente estava escrito. Que era ainda pior do que eu pensei ao ler a primeira vez.
Depois, fazendo uma análise da situação, percebi o qto fico desconcentrada qdo nervosa.
E como devo evitar tomar certas decisões no meio do "fogo".
Tenho refletido muito a respeito dos relatos que li, estou vivendo cada dia de uma vez para nao enlouquecer. Mas hoje eu disse a mim mesma. O que importa são as evidências.
Isso que realmente faz a diferença.
Não posso deixar minha mente dominar tudo e agir como quer.
Eu ainda acredito na pessoa. Então... Melhor eu apostar.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ACREDITAR

O que mais me impressiona no autismo, é a ingenuidade. Acreditam nas coisas mais inimagináveis.
Não posso dizer que sou autista, mas tenho traços marcantes.
No meu caso eu sempre aposto em quem não merece. Por quê?
Posso "levar na cabeça" e ainda busco naquela pessoa o lado bom dela. Posso ser traída, ainda assim eu volto a apostar na pessoa.
Por um lado é até bom, por outro, sofro com isso. Pois muitas são as decepções como consequência. Será que vale a pena?

sábado, 27 de março de 2010

MINHAS ESCRITAS - SER MELHOR

Sempre gostei de escrever, mas o que acho interessante é que geralmente consigo transpor para papéis quando fico chateada em extremo ou triste.
Então, em virtude do ocorrido hoje pela manhã, após mais uma noite de plantão, no hospital, eu escrevi uma espécie de poema. Vou transcrever aqui no blog:

SER MELHOR

Procurei a perfeição para ser melhor,
Frustrada... não consegui.
No entanto, ainda dela não desisti

Choro pela tristeza do agoniado fracasso,
Não desisto, pois tenho você ao meu lado.
Ainda que eu tenha feito tudo errado,
Eu te amo.

Te busquei... chorei, até que te encontrei.
Por que não me entende?
Ou será que sou eu que nao te entendo?
Eu já nem sei direito,
Desculpe.
Eu só quero ser melhor,
Amar... E ser amada.
Conquistar... Ser conquistada.


Sou triste,
Tenho chagas abertas na alma,
Tento curar... Tratar
Mas tenho você por perto,
Isso de muito tem valido,
Por isso eu desejo ser melhor.

Tristes fracassos,
Sucesso parece distante,
Ainda que eu tenha me empenhado,
Dói o não conseguir.

Quero acordar,
Não mais dormir,
Mente insistente, em quase sempre,
Ouvir...
Aquela canção de ninar,
A me falar.
Desculpe, por fracassar...

(Dedico ao meu amado)

DIFICULDADE DE COMUNICAÇÃO

PASSEI SÉRIOS PROBLEMAS NA VIDA POR NAO ME FAZER INTERPRETAR E TAMBÉM POR NAO SABER ENTENDER O QUE NA REALIDADE AS PESSOAS QUERIAM DIZER. FRASES SOLTAS, SUBENTENDIDAS OU SUBJETIVAS, ISSO ME CAUSA UM VERDADEIRO EMARANHADO MENTAL.

E se por ventura, meu interlocutor nao tiver um pouco de paciência, vai ter discussão na certa. Um exemplo, foi hoje pela manhã. Meu esposo disse: Tenho que pegar minha roupa.
Depois ele disse de novo (eu nao ouvi a segunda vez, ouvi na terceira e pela metade): Você pode pegar a roupa para mim? (Ele estava meio atrasado)
E repetiu: "Você pode pegar a roupa para mim?" Na terceira vez que ele falou, ele falou em tom mais alto, nao gritou, mas para mim foi como se tivesse brigado comigo. Eu recebi assim a informação. Então eu disse: Se vc tivesse me pedido por favor, pegue a roupa, eu entenderia. E em nenhum momento eu ouvi a frase como ele relata ter falado:
"Você pega a roupa para mim?"

Então, fiquei extremamente chateada e chorei pq ele se exaltou um pouco. E quando ele se exalta gosta que eu olhe nos olhos dele, o que para mim é bem difícil.
Depois me abraçou e pediu desculpas. Eu somente ouvi: "tenho que pegar a roupa". Não estou dizendo que foi assim que ele falou, mas foi assim que eu ouvi.
Se ele tem que pegar a roupa, nao era eu que tinha que pegar e sim ele. Por isso eu fiquei sem ação. Até pq ele é muito autônomo e independente para fazer suas coisas.

Além de minha mente ter dificuldade de interpretar interlocutores, percebo que muitas vezes eu simplesmente "desligo" por segundos. E aí complica mais ainda.
A não ser que eu esteja totalmente concentrada na pessoa. Aí sim, dificilmente ocorre isso.
Meu esposo é extremamente inteligente e extremamente atento, além de tudo super exigente, o que fica ainda mais difícil nossos diálogos.

Após uma noite mal dormida, infelizmente isso é inevitável. Então, nao tente conversar coisas muito sérias comigo enquanto eu tomo café por exemplo. Não conseguirei ouví-lo direito ou compreendê-lo.
Agora se a pessoa se centralizar diante de mim ou me tocar (se for alguém muito próximo de minha intimidade, como no caso de meu esposo) aí fica mais fácil e as coisas se ajeitam.

FACILIDADE EM LER TEXTOS - Sempre tive grande facilidade para interpretação de textos, por isso qdo é algo complexo eu prefiro que me escrevam. As palavras me são mágicas. Sem contar que qdo é algo do meu interesse eu tenho memória fotográfica.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ESQUISITICES CONTROLÁVEIS

Depois de um tempo ausente, volto a escrever sobre as esquisitices e o autismo. Observo que meu filho realmente é um asperger quando se trata de interpretar as pessoas e as situações em que se encontra. Tudo para ele deve ser bem explicado e de preferência que ele fixe a pessoa de frente. Mas observo que ele não consegue agir dessa forma para expressar-se como gosta outros façam para ele. Observo que eu tenho o mesmo comportamento, apesar que entendo muito mais fácil do que ele, lógico. Por isso, no fundo eu não me enquadro no transtorno. Mas isso tem me causado uma série de problemas, imagine para um asperger.
Meu relacionamento conjugal muitas vezes se torna complicado pq meu marido diz que sou distraída quando me convém, o que talvez ele tenha razão, já que tenho um ouvido bem seletivo. No meu caso eu já sofro muito por isso... imagine um autista.
Maioria das pessoas nao está a fim de dar muita atenção a um autista. Infelizmente a realidade é essa.